O Superior Tribunal de Justiça (STJ) prestou, na manhã desta terça-feira (18), homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil. O STJ inaugurou, em suas dependências, o "Bosque das Cerejeiras", com cem mudas da árvore símbolo do Japão. O presidente do Tribunal, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, enalteceu a homenagem à comunidade japonesa, iniciativa do ministro Massami Uyeda. As comemorações estão previstas para junho de 2008.
Os ministros Ari Pargendler e Herman Benjamim, bem como o juiz convocado para o STJ, Carlos Mathias, compareceram à cerimônia. O evento foi ainda prestigiado por autoridades da Embaixada do Japão no Brasil, de diversos órgãos públicos dos três Poderes da República e do Distrito Federal e da iniciativa privada.
Além da inauguração do Bosque das Cerejeiras, os ministros Barros Monteiro e Massami Uyeda descerraram uma placa no local para lembrar o centenário. Na placa está gravado um poema de autoria do ministro Uyeda sobre o convívio de brasileiros e japoneses nesses cem anos da imigração nipônica: "Cerrado em festa. Cerejeiras em flor. Mensagem de união e amor".
A iniciativa sugerida pelo ministro Massami Uyeda contou com total apoio da Presidência do STJ e da Diretoria-Geral da Casa. Ao todo, foram plantadas cem mudas de cerejeira no STJ para lembrar o centenário. As primeiras 33 também se referem aos ministros da Casa, e a 34º ao Superior Tribunal. As mudas foram doadas pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa de São Paulo e pela Prefeitura de Campos do Jordão.
Além de exaltar a comunidade japonesa no Brasil, o Bosque das Cerejeiras demonstra a preocupação do Tribunal em promover ações em prol do meio ambiente. "O mês de junho de 2008 marcará o centenário da imigração nipônica no Brasil, contudo as festividades comemorativas há meses foram iniciadas. Assim, em reconhecimento à receptividade dos brasileiros aos imigrantes, diversas mudas de cerejeira - árvore nacional do Japão, símbolo da felicidade e do amor sincero - foram espalhadas por esta capital", destacou Barros Monteiro.
Ainda em seu discurso, o ministro homenageou a comunidade japonesa, na pessoa do ministro Uyeda, seu colega no STJ: "Cumprimento os milhares de descendentes que habitam entre nós, aliás, pacificamente, dando exemplo de trabalho e disciplina."
Sua beleza e força - considerada "flor - símbolo do Japão " é tão marcante que é em sua homenagem que a cidade sedia uma das mais tradicionais festas da região: a Festa da Cerejeira em Flor. O evento é realizado pela colônia Japonesa com o apoio da Prefeitura Municipal
Em 1937, para comemorar a fundação da Colônia Lageado, Dr. Shizue Hosoe enviou 10 mudas das variedades Taizan, Botan, e Amazonas, plantadas pelos colonos da região. Esses plantios se constituíram teste bem sucedido, pois, as cerejeiras se aclimataram bem ao clima da Mantiqueira, sendo Campos do Jordão a única região do Brasil, onde as cerejeiras do Japão florescem efetivamente.
A florada das cerejeiras começou a atrair japoneses de diversas regiões do Estado, saudosos do espetáculo da Sakaras em flor que , anualmente, presenciaram na sua terra.
Outro aspecto de forte significado do sakura é sua ligação com os samurais. No período feudal, a vida desses guerreiros era comparada à efemeridade da flor de cerejeira, que durava apenas três dias na primavera.
Da mesma forma eram os samurais, sempre dispostos a dar suas vidas em nome de seus mestres. Também conhecida como "flor das flores" no arquipélago, hoje o sakura faz parte da padronagem de quimonos e acessórios decorativos.