Além de muito apreciada, a gastronomia por si só, já é uma rica fonte de cultura e informação.
Saber mais sobre mais sobre sua origem -e os costumes que vieram a partir dos hábitos à mesa- é algo ainda mais curioso e fascinante.
Para saber mais sobre este assunto, fomos a uma apresentação dos alunos do curso de pós-graduação em Gastronomia, História e Cultura do Centro Universitário Senac de Campos do Jordão.
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Com o objetivo de realizar um intenso aprendizado na área, os alunos serviram um verdadeiro banquete, que teve como tema "A França do bom gosto" durante os séculos XVII e XVIII.
Simulando as características daquele período, eles encenaram situações semelhantes as que aconteciam nas refeições da família real francesa, demonstrando que muitos dos conceitos -introduzidos naquele período- são utilizados até hoje pela sociedade moderna.
Baseado em pesquisas, os alunos apresentaram para os convidados uma simulação dos padrões da nobreza francesa. Respeitando a criação dos pratos, etiqueta à mesa e hábitos daquela época. Vestindo, inclusive, os trajes semelhantes aos usados pelo Rei e Rainha franceses.
Segundo Vitor Pompeu, o Professor de Gastronomia do Senac, a ideia foi de fazer com que os alunos pesquisassem os hábitos e os pratos deste momento histórico, reproduzindo da maneira mais fiel possível.
"O objetivo principal foi esta pesquisa, esta busca dos alunos, e a gente concretizou isso simulando este banquete, aos moldes deste cenário histórico. Afirmou Vitor.
Ele afirma ainda que neste período acontecia uma transição entre uma cozinha quer era muito rústica, e que buscava um refinamento implantando alguns hábitos.
Entre os pratos servidos no banquete estavam receitas exóticas, mas comuns para aquele período, como o leitão recheado com faisão, fricassê de feijão e o manjar doce com frango dentro.
O professor de História da Gastronomia, Ricardo Antonio Gomes Barbosa, explica que naquela época o banquete se revestia de uma teatralidade. Na verdade era uma encenação, onde acontecia uma atividade pública, que se repetia diariamente.
"O rei se sentava à mesa com a sua família e a refeição era assistida por toda a corte"
Era uma forma de demonstrar seu poder supremo. E as pessoas que assistiam eram vistas como privilegiadas por presenciar a refeição real.
"Isso já marca na história primeiro o predomínio da cozinha francesa e depois a profissionalização da cozinha e também todo o setor da chamada hospitalidade."
Este método -segundo o professor Ricardo- é de grande importância para a formação do profissional de gastronomia:
"O aluno de gastronomia tem uma formação teórico-pratica. Então ao mesmo tempo que ele aprende a dominar as diferentes técnicas da cozinha -preparar uma série de receitas etc- ele também tem que conhecer, não só o contexto histórico, mas o contexto geral em que estas receitas foram geradas. Contexto histórico de como a cozinha que ele está praticando se formou. Ela não veio do nada, ela tem uma gênese, ela tem uma origem". Afirma o professor.
Fotos: Cristiano Tomaz