
O aumento do turismo em destinos populares do mundo está sobrecarregando a infraestrutura urbana e afetando a qualidade de vida dos moradores. Cidades como Barcelona, Veneza e Paris estão no centro do fenômeno conhecido como overtourism, no qual a quantidade excessiva de turistas compromete os serviços públicos, aumenta o custo de vida e provoca tensões sociais.
Segundo especialistas, cerca de 80% dos viajantes se concentram em apenas 10% dos destinos turísticos globais. Esse desequilíbrio gera pressão nas cidades mais procuradas, que enfrentam desafios para lidar com milhões de visitantes por ano.
Em Barcelona, os moradores expressaram seu descontentamento de forma criativa e polêmica: manifestantes usaram pistolas de água para afastar turistas em áreas superlotadas. Com cartazes dizendo “Barcelona não está à venda” e “Turistas, voltem para casa”, os protestos visam chamar a atenção para os problemas gerados pela visitação massiva.
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A cidade sofre com a gentrificação, que expulsa os moradores locais devido ao aumento dos preços de imóveis e aluguel.
Veneza, famosa por seus canais e paisagens icônicas, também enfrenta grandes desafios. A cidade recebe cerca de 20 milhões de turistas por ano, o que tem levado muitos de seus habitantes a deixarem o local.
Especialistas estimam que, em média, dois venezianos abandonam a cidade diariamente, citando a inflação, o custo de vida elevado e a constante superlotação como motivos principais. A Unesco já manifestou preocupação com o impacto do turismo em massa, alertando que a cidade corre o risco de sofrer danos irreversíveis.
Paris, outro destino altamente procurado, recebe anualmente mais de 30 milhões de visitantes, superando o número de turistas que visitam o Brasil inteiro. Os parisienses, no entanto, enfrentam os efeitos negativos desse fluxo contínuo de pessoas, como a superlotação de espaços públicos e a perda de características culturais locais, que são ofuscadas pela cultura globalizada.
Apesar da geração de empregos e do impacto econômico positivo que o turismo traz, as populações locais das cidades afetadas tendem a repudiar o aumento desenfreado do turismo. O fenômeno do overtourism beneficia principalmente empresas do setor e especuladores imobiliários, enquanto os residentes sofrem com a perda de identidade cultural, a precarização dos serviços e o aumento do custo de vida.
Esses fatores têm alimentado uma crescente insatisfação entre os habitantes das cidades turísticas mais populares, que agora buscam soluções para equilibrar a economia gerada pelo turismo com a preservação da qualidade de vida e da cultura local.