
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não excluiu o Brasil do seu tarifaço sobre os impostos de importação. A sobretaxação para produtos brasileiros será de 10%. Os impactos da medida ainda não foram sentidos na prática, mas para o presidente do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Guilherme Dietze, viagens de lazer e corporativas devem ser atingidas. “A inflação americana tende a aumentar e virá inflação importada aqui para o Brasil, o que resulta em mais perda do poder de compra, o que costuma diluir os gastos com viagens”.
Turismo interno deve manter tendência de alta
Por outro lado, Dietze acredita que a sobretaxação deve beneficiar o Turismo doméstico, que é a mola propulsora do setor no país. “Claro que a inflação global é sempre um problema pois impacta a economia, e o Turismo é diretamente relacionado ao crescimento econômico, mas não acredito que seja suficiente para diminuir o volume de viagens domésticas em 2025”, concluiu. Somente em janeiro de 2025, o Turismo no Brasil faturou R$ 20,5 bilhões, segundo levantamento feito pela FecomercioSP, alta de 5,5% em comparação com o mesmo período de 2024. O resultado foi obtido mesmo com as altas taxas de juros, o que encarece o crédito.
Para o economista Cláudio Gonçalves, o fluxo emissivo de turistas para fora do Brasil deverá ser reduzido por causa do cenário inflacionário e dos juros mais altos, o que provoca a desvalorização do Real, encarecendo as viagens ao exterior. Da mesma forma, a entrada de turistas estrangeiros também poderá ser afetada. “A insegurança global gerada pelo aumento das tensões comerciais pode prejudicar investimentos no setor e comprometer a recuperação do Turismo no Brasil”, prevê ele.
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Campos do Jordão mantém expectativa para a temporada
Com a chegada do outono e a queda das temperaturas, Campos do Jordão, um dos principais destinos turísticos do Brasil, já vive a sua pré-temporada. Esse período é um "esquenta" para o inverno, uma espécie de termômetro para os meses frios, quando a estância recebe cerca de 1,5 milhão de visitantes. Para o secretário municipal de Turismo, Fábio Izar, ainda é cedo para saber se o tarifaço de Trump vai repercutir no movimento. Por enquanto, segundo ele, nada mudou. "Para a Páscoa, os hotéis já estão batendo 80% de ocupação e tenho certeza que será 100%", disse.

O secretário também não acha que o Turismo vai sofrer com a sobretaxação americana. "Acredito que a gente não vai ter muita alteração no mercado de Turismo, mesmo porque ele (Trump) não fala sobre serviços, especificamente, mas sim sobre produtos importados". De acordo com Fábio Izar, no cenário brasileiro, sempre quando há proteção externa, automaticamente o mercado interno é valorizado, principalmente devido à instabilidade do Dólar, mas a atração de turistas estrangeiros deverá ser prejudicada. "O Brasil é muito fraco com isso, só tem 6 milhões de visitantes estrangeiros por ano, um número muito baixo e que demanda uma política mais nacional", concluiu.